20.09.2018 14h33mn
Na Feira do Livro do Porto
Este ano, fui duas ou três vezes à Feira do Livro do Porto. Numa das vezes estive sentado ao lado de um bonito manequim. Numa outra, comprei jornais antigos e a primeira edição do livro "A Invenção do Amor e Outros Poemas", de Daniel Filipe. Não aquela edição que inaugurou a Colecção Forma, da Editorial Presença, mas a primeira, da Sagitário, com um texto de Urbano Tavares Rodrigues, nas badanas, a sublinhar o mérito maior de Daniel Filipe que foi o de ter vivido aceitando "integralmente a sua condição de poeta".
28.07.2018 13h00mn
No Páteo da Inquisição, em Coimbra
Festejemos os oitenta anos do Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC), a minha mais intensa escola em Coimbra. Há quarenta anos estive na organização dos festejos. Parece que foi ontem.
07.07.2018 19h07mn
No boletim da Fundação Gulbenkian
Roubo um Almada que figura na capa da edição de Julho de 2018 do Boletim (Newsletter) da Gulbenkian, passo-lhe um batom vermelho no lábio inferior, pinto-lhe os cabelos de um loiro falsificado, reenquadro o rosto desenhado e, pronto, fica a manipulação das "mulheres modernas" digitalmente conseguida. Segue direitinha para todas as redes sociais que frequento e eu fico feliz. Talvez também por ser o dia do 31º aniversário do meu filho Tiago.
30.05.2018 12h49mn
No ciberespaço, a limpar
Descobri um poema recente. Três versos de cinco, sete e cinco sílabas. Um tema que me toca.
Há uma palavra
- civilizacional -
que me caiu mal.
Escrevi-o ontem, na sequência da votação, pela Assembleia da República, dos projectos de lei sobre a eutanásia, surpreendido com as posições de quem defendeu que a despenalização da eutanásia seria um retrocesso civilizacional.
J.R.
24.05.2018 12h28mn
Num icónico equipamento urbano
Que fazer das desprezadas cabines telefónicas que marcavam, a vermelho, muitas paisagens urbanas e não apenas em Londres, de onde serão as reproduzidas neste pormenor de uma fotografia de Andrew Testa. Parece que estão a ser recuperadas e a ganhar novas utilizações até, por exemplo, para receber desfibriladores cardíacos. São equipamentos três metros cúbicos numa base de um metro quadrado que desafiam a imaginação de quem os olha a pensar numa regeneração dos lugares onde ainda existam. No limite uma pequena "loja" de distribuição automática ou até um espaço preparado para, em localizações privilegiadas, acolher quem gosta de desenhar a cidade em vez de a fotografar.
21.05.2018 19h07mn
Na vermelha cidade conspirativa
Há cenários que simulam quadrados de ferro. Sobre uma base quadrada - um azul de tinta para carimbos -, sobre uma base quadrada esfarelou-se pigmento vermelho prensado, daquele que se apresenta em forma de lápis de alfaiate, e derramou-se, por fim, alguma água, entre a aguada e a aguarela contida. As sombras dos conspiradores foram desenhadas a gel de esferográfica. Há uma certa perspectiva - sabe-se lá que artes a marcaram - que o suporte, em papel, faz realçar. Esta pequena, mas sólida, conspiração é, toda ela, uma contrafação, uma falsidade, um fazer de conta. E não é tudo, ou quase tudo, assim? Na vida? Nesta vida?
16.05.2018 18h38mn
No Bairro do Leal, entrada por Bonjardim
Quem vai ao portuense e despovoado Bairro do Leal, entrando pela Rua do Bonjardim, descobre recantos da cidade que ganham especial encanto ao anoitecer, quando ainda há alguma luz do Sol a marcar o céu mas as casas já precisam, no interior, de luz artificial. A fotografia - dizem fotógrafos meus amigos - é só o domínio da luz servido com uma enorme dose de paciência para esperar o momento certo. Sei de quem esperou anos por uma manhã de nevoeiro na foz do Douro, manhã de nevoeiro que fosse também a escolhida por uma gaivota qualquer indispensável para servir de ponto focal determinante para a profundidade de campo da imagem sonhada e por fim captada. Segredos do nitrato de prata. A foto da entrada do Bairro do Leal é mais recente e digital. Tive sorte de estar naquela viela à hora certa.
14.05.2018 15h34mn
Num desenho feito a correr
Neste mês de Maio, a poesia, incluindo os meus versos contrafeitos, parece querer voltar à rua. Agora as paredes, também chamadas de murais, estão espalhadas pelo espaço virtual, um palco que não é tão global assim quanto todos, ou quase todos, gostariam que fosse. A dimensão da globalidade que cabe a cada um será determinada pelo algoritmo que gere o universo de cada um. É quase sempre, salvo raras excepções, uma globalidade pequenina. E será quanto baste, pelo menos no que à poesia diz respeito. É que esta é sempre escrita para aqueles - muito poucos - que dão muita importância aos pequenos traços errados.
30.04.2018 12h29mn
No Café do Adail
No Café do Adail há murais únicos com memórias da terra, como este do versátil pintor Adelino Carlos. O Café do Adail é o centro cívico do lugar de Vale Florido, freguesia do Alvorge, concelho de Ansião. Ali há um pequeno posto de correios, um mini mercado que é mais do que uma loja de conveniência e até um restaurante com refeições de qualidade confeccionadas pela Chefe Laurinda, a esposa do proprietário do café - Adail Luís -, título informal mais do que merecido para quem cozinha tão bem.
26.04.2018 00h00mn
No primeiro dia do Novo Ano de Abril
Roubo um pormenor de um anúncio à Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Riga, publicado na edição internacional de 25 de Abril de 2018 do New York Times, e transformo, digitalmente, uma impossibilidade numa possibilidade, riscando a primeira sílaba da palavra impossível. Tudo isto no meu melhor Inglês de doca.