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Roldeck.

Júlio Roldão

São tantas as memórias que se fixaram numa fotografia de 1991 do jornalista João Ribeiro, onde apareço a entrevistar Álvaro Cunhal, então secretário geral do Partido Comunista Português (PCP), que nem sei por qual devo começar.

A memória de um tempo de forte camaradagem entre companheiros da aventura dos jornais que fazia com que um grande fotógrafo como João Ribeiro escolhesse uma das fotografias obtidas durante a entrevista para a oferecer, em papel, ao jornalista da palavra que a conduziu.

A memória do lugar onde decorreu a entrevista, na sede do PCP da lisboeta Rua Soeiro Pereira Gomes, a memória da decoração da sala, com reconhecidos quadros de pintores do neorrealismo português, a memória da própria entrevista.

Entrevistar Álvaro Cunhal era, para a esmagadora maioria dos jornalistas, um desafio a exigir uma preparação quase idêntica à preparação para um exame. Lembro-me que a entrevista foi marcada para as 11 horas e que eu, a viver no Porto, fui para Lisboa na véspera para garantir não chegar atrasado.

Apesar de já ter uma experiência como jornalista de dezasseis anos de profissão, disse ao entrevistado, naquela conversa inicial para quebrar gelo, que me sentia como se fosse fazer um exame - "mas o senhor é que vai fazer as perguntas e eu é que tenho de responder", contrapôs Álvaro Cunhal.

(Memória ainda em execução)

06.03.2021 09h21mn

Numa fotografia de João Ribeiro

São tantas as memórias que se fixaram numa fotografia de 1991 do jornalista João Ribeiro, onde apareço a entrevistar Álvaro Cunhal, então secretário geral do Partido Comunista Português (PCP), que nem sei por qual devo começar.

A memória de um tempo de forte camaradagem entre companheiros da aventura dos jornais que fazia com que um grande fotógrafo como João Ribeiro escolhesse uma das fotografias obtidas durante a entrevista para a oferecer, em papel, ao jornalista da palavra que a conduziu.

A memória do lugar onde decorreu a entrevista, na sede do PCP da lisboeta Rua Soeiro Pereira Gomes, a memória da decoração da sala, com reconhecidos quadros de pintores do neorrealismo português, a memória da própria entrevista.

Entrevistar Álvaro Cunhal era, para a esmagadora maioria dos jornalistas, um desafio a exigir uma preparação quase idêntica à preparação para um exame. Lembro-me que a entrevista foi marcada para as 11 horas e que eu, a viver no Porto, fui para Lisboa na véspera para garantir não chegar atrasado.

Apesar de já ter uma experiência como jornalista de dezasseis anos de profissão, disse ao entrevistado, naquela conversa inicial para quebrar gelo, que me sentia como se fosse fazer um exame - "mas o senhor é que vai fazer as perguntas e eu é que tenho de responder", contrapôs Álvaro Cunhal.

(Memória ainda em execução)